COLESTEROL ANESTIADO
As doenças cardiovasculares contribuem com mais de 17 milhões de mortes por ano em todo o mundo, o que é responsável por quase metade de todas as mortes por doenças não transmissíveis.
São causadas principalmente pela aterosclerose, uma doença inflamatória crônica em que a deposição de colesterol nas paredes das artérias forma uma placa ou lesão.
Os principais fatores de risco associados ao número de eventos cardiovasculares ateroscleróticos incluem a concentração total de colesterol encontrado no sangue, colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL-C) e colesterol de lipoproteína de alta densidade (HDL-C), sendo o LDL um fator que promove a aterosclerose – por isso é comumente chamado de “colesterol ruim” enquanto o HDL protege, o famoso “colesterol bom”.
Entender o lipidograma é importantíssimo para compreender os riscos de seu paciente.
Para responder à questão se a maior ingestão de colesterol é realmente um fator de risco, um estudo publicado recentemente analisou o consumo de ovos e colesterol em relação à mortalidade por diferentes causas em 521.120 participantes, acompanhados por 16 anos, aproximadamente. O aumento da mortalidade por todas as causas, por doença cardiovascular e câncer esteve associado ao consumo de ovos e foi amplamente influenciado pela ingestão de colesterol. Já a substituição de ovos inteiros por consumir somente a clara de ovo foi associada a menor mortalidade.
Mas há na ciência também a teoria de que o colesterol advindo da dieta não seja o vilão e causador de doenças cardiovasculares, e sim, através de ampla evidência, que os ácidos graxos saturados e as gorduras trans são os grandes vilões que aumentam o risco de doenças cardiovasculares.
O fato de o colesterol da dieta ser comum em alimentos ricos em ácidos graxos saturados pode ter contribuído para a hipótese de que o colesterol da dieta é aterogênico (formador de placas nas artérias).
Alguns cientistas mostram que não é verdade afirmar que o aumento da ingestão de colesterol na dieta leva a um aumento do colesterol no sangue, promovendo o desenvolvimento de doenças cardíacas.
Eles justificam pelo fato de que os próprios seres humanos podem produzir seu colesterol e a maior parte do colesterol no corpo vem desta própria fabricação. Apenas cerca de 25% do colesterol sérico em humanos é derivado da dieta, enquanto o resto é derivado da biossíntese. Então aquele advindo do ovo, por exemplo, não influenciaria significativamente na quantidade total no sangue.
Não podemos temer tanto o colesterol. A verdade é que ele é uma molécula estrutural essencial para todas as membranas celulares e também é usado para fazer hormônios esteroides como testosterona, estrogênio e cortisol.
Cada pessoa tem um nível de individualidade e devemos entender as peculiaridades do lipidograma e como ela irá responder às diferentes intervenções alimentares.